quarta-feira, 30 de março de 2016

Dom Casmurro

Machado de Assis, considerado um dos maiores escritores brasileiros, marcou o início do Realismo no Brasil com a publicação de sua obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, em 1881. Após essa grande transformação literária, Machado de Assis publicou cinco romances realistas, sendo um deles o Dom Casmurro, livro que será abordado a seguir.                                                     
Em Dom Casmurro, Machado de Assis, diferentemente de suas outras obras, destacou a mentira, a dissimulação na família, o sentimento amoroso e doentio, a ambiguidade e a expressão do olhar. Trata-se de uma narrativa onde Bento, personagem principal, conta a trajetória de sua vida que se inicia em uma situação posterior a todo o restante do livro, o que gera "viagens" ao passado e ao presente, tornando a compreensão da leitura um pouco desconfortável e confusa. desconfiança de Bento em sua amada o que nos deixa sem reposta sobre a suposta traição dela com o melhor amigo dele e a maneira como ele expressa essa situação faz também com que muitas pessoas acreditem que ele realmente tenha sido traído sem ao menos ouvir a versão dela. Bento Santiago começa o livro narrando o momento em que estava em um trem, onde recebeu de um jovem poeta que estava recitando alguns versos a ele, o apelido de "Dom Casmurro", devido a sua grosseria de não ter o ouvido, daí o nome do livro. Ao chegar em sua casa, ele conta que o livro foi feito com base nas suas recordações adquiridas na sua casa de infância localizada na Rua de Matacavalos no Engenho Novo, onde começa a narrar o seu passado. No ano de 1857, Bentinho tinha apenas quinze anos, morava com Dona Glória (sua mãe), Tio Cosme (irmão de D. Glória), Prima Justina (prima de D. Glória) e José Dias, que era um agregado da família, algo comum naquela época. O primeiro fato relevante narrado e que vai se desenvolver em grande parte da história é o de Bentinho ter escutado uma conversa entre José Dias e Dona Glória, onde ela disse que pretende mandá-lo ao seminário para cumprir uma promessa que havia feito pouco antes de seu nascimento. A mãe, que já havia perdido um filho, prometeu que se o segundo filho fosse homem, ela o faria Padre. Foi uma promessa feita no desespero e acaba gerando arrependimento em Dona Glória. Bentinho se apaixona por Capitu, uma amiga de infância muito próxima a ele, mas devido a promessa de Dona Glória, eles enfrentam grandes problemas para viver esse amor. Bento então é enviado para o seminário contra a sua vontade, mas antes disso ele e Capitu selam com um beijo a promessa que ela havia feito de esperar o garoto para se casarem. No seminário Bento conhece Ezequiel de Sousa Escobar, que passa a ser seu melhor amigo. Escobar encontra uma solução para a promessa de Dona Glória que foi a de enviar um escravo para se tornar sacerdote no lugar de Bentinho, uma vez que a promessa era a de dar um sacerdote a Deus que necessariamente não precisava ser Bento. Bento muito feliz vai para São Paulo, se forma em direito e se casa com Capitu, e pelo outro lado, Escobar vira comerciante e se casa com Sancha melhor amiga de Capitu. Ambos os casais tem filhos, o filho de Bento recebe o nome de Ezequiel, em homenagem a Escobar, e a filha de Escobar recebe o nome de Capitolina, em homenagem a esposa de Bento. Os casais passam a conviver intensamente.  Tempos depois Escobar morre afogado em uma de suas aventuras na praia. Após a morte de Escobar, Bento enxerga no filho semelhanças com o amigo falecido e fica convencido de que foi traído por Capitu, mas não se sabe ao certo se realmente foi uma traição ou se eram apenas ciúmes. Bento pensa então em se suicidar bebendo uma xícara de chá envenenado, mas como todos nós sabemos, ele não se suicida pois é ele quem está rememorando o passado. Bento então toma uma atitude ainda mais cruel. Sem ter certeza de que Capitu havia mesmo o traído, ele viaja com ela e com o filho para o exterior e volta para o Brasil sozinho, deixando-os para trás, onde Capitu morre. Uma atitude estranha para quem a amava tanto.Bento, por não ter certeza da traição, deveria ter investigado mais, ao invés de julgar Capitu como fez. Ezequiel volta para o Brasil após muito tempo e tenta reconquistar o amor de Bento, mais ele o rejeita, uma atitude muito perversa, pois mesmo que Ezequiel fosse fruto de uma traição, ele não teria culpa. Em uma viagem a trabalho, Ezequiel morre de febre tifoide, onde Bento fica triste por um lado e aliviado por outro. No final da história Bento fica solitário, uma consequência normal para quem teve atitudes como a dele.
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